sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

INVESTIMENTOS EM EDUCAÇÃO, QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL, O GOVERNO E A OAB PE


Em São Paulo, o curso de Medicina teve um péssimo resultado na avaliação organizada pelo Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo). Isso, de acordo com os organizadores, é uma clara demonstração do aumento das faculdades privadas de Medicina e da péssima qualidade do ensino.

Essa avaliação é muito importante, porque denuncia as famosas “fábricas de diplomas” – faculdades particulares, criadas a toque de caixa, sem se preocuparem em garantir a qualidade necessária ao curso oferecido, apenas interessadas mesmo em faturar com a mercadoria chamada educação. Logo, sem contribuir para formar profissionais devidamente aptos, qualificados, preparados para executar a medicina, no caso, cuja atuação pode salvar vidas, ou não.

O curso de Direito tem sido o que mais cresce, em todo o Brasil, nesse mercado de fábricas de diplomas. Mas, esse índice de “crescimento” tem resultados vergonhosos e preocupantes na hora da prova final. Essa prova é aplicada pela Ordem dos Advogados do Brasil e é uma etapa necessária para os bacharéis que querem exercer a advocacia se habilitarem para tanto. Mas, esses resultados, em geral, têm apresentado alto índice de reprovação. Não por coincidência, tais resultados acompanham o aumento da oferta de cursos de Direito em faculdades particulares presentes hoje não apenas nas capitais e Região Metropolitana, mas em muitas cidades pelo interior do Brasil afora, com ou sem estrutura para o exercício desta atividade.

Na verdade, o curso do jeito que é oferecido, não precisa nem ser reconhecido pelo Ministério da Educação, o que na maioria absoluta dos casos não é. Só precisa ter as mínimas instalações para oferecer as aulas, algumas apostilas, organograma e supostos profissionais da área se dizendo professores. Mas, será mesmo que esse ramo é lucrativo? A quantidade de cursos espalhados por aí, não atrapalha na hora do lucro não?

Claro que não. Pois, essas fábricas de diplomas contam com um incentivo todo especial: os recursos do governo federal, repassados como ProUni. Isso mesmo! O governo orgulhosamente repassa recursos públicos a essas “instituições”, contribuindo, assim, para a desqualificação do ensino e a péssima e perigosa formação desses “profissionais”. A sociedade, responsável por esses recursos – pois é o pagamento dos impostos que patrocina esse absurdo – vê-se exposta à ação desses “doutores” que circulam pelas esquinas e muitas vezes contribuem para burlar a própria lei prestando serviços aos maus-elementos, como fazem os advogados do tráfico.

Agora, como se não bastasse tudo isso, a OAB-PE conseguiu derrubar o único instrumento que possibilitava minimizar esse prejuízo na área do Direito: a própria prova da OAB. Alegando que esse exame quebra o princípio de igualdade e é inconstitucional, uma vez que tal critério não é exigido a outras profissões, a célebre OAB – Secção PE decidiu que o melhor na defesa da democracia e da igualdade de direitos é acabar com o seu próprio exame de seleção. Tal esforço surpreendeu a própria Ordem nacional, que já se mobiliza para derrubar essa Liminar.

A mim, essa conduta da Ordem (PE) suscita algumas questões: se a OAB-PE está realmente preocupada com a igualdade de direitos, por que não luta para que a universidade pública abarque a todos os interessados em cursar Direito, Medicina, ou qualquer outro curso, que pagam seus impostos, mas são obrigados a pagar novamente as caras mensalidades de uma faculdade particular? Por que a OAB (PE), não cobra do governo federal mais recursos para a educação pública, em vez de o dinheiro público ser entregue a essas “faculdades” particulares? Afinal, a quebra maior da isonomia não está em uma parte da população pagar impostos para ter acesso a certos serviços, mas ser obrigada a pagar de novo por eles?

Certamente, se o governo federal parasse de usar recursos públicos para financiar o “ensino” privado ou os banqueiros e investisse de fato na educação pública, teríamos vagas nas universidades conforme a demanda, ampliação das instalações físicas com o conforto necessário, assistência estudantil baseada na realidade e valorização dos docentes. Além, é claro, de ampliação de recursos para pesquisas e projetos de extensão, promovendo a tão falada e pouco praticada integração universidade-sociedade. O resultado seria tão óbvio: o caro princípio da isonomia e a Constituição Federal sendo realmente respeitados e cumpridos.

Mas, então, por que a OAB (PE) não encampa a defesa do livre acesso à universidade pública? Por que a Ordem (PE) não defende a qualidade do ensino e dos profissionais de Direito? A quem serve essa Ordem?

sábado, 30 de outubro de 2010

CONTRA O NEOLIBERALISMO, VOTO DILMA!


Voto contra Serra, porque ele, seu partido (PSDB) e seus comparsas, são os legítimos representantes do neoliberalismo. O neoliberalismo é um modelo político e econômico que tem como bandeira principal a defesa do Estado mínimo. Ou seja, a diminuição do tamanho do Estado para conter os gastos públicos.

Isso significa: privatização, arrocho salarial, demissões e terceirização do trabalho. Tais medidas o povo brasileiro já conferiu na prática nos oito anos do governo FHSERRA. O servidor público sofreu com arrocho salarial, a imposição de um plano de aposentadoria sem garantia plena dos direitos, demissões causadas pela terceirização dos trabalhos e a privatização de patrimônios lucrativos como, por exemplo, a Vale do Rio Doce e a Telebrás.

Toda essa política causou sérios prejuízos aos brasileiros. Foram oito anos de um Estado inoperante. FHSERRA não fizeram um concurso público sequer, não investiram nas instituições públicas e não prezaram pelo bom atendimento às necessidades básicas dos brasileiros.

Testemunhei o que foi o governo neoliberal FHSERRA, na UFPE, em 2001. Tentava iniciar o curso de Filosofia e lá enfrentei as dificuldades de uma universidade completamente sucateada, sem água nos bebedouros, livros nas bibliotecas, professores em sala de aula, sem restaurante universitário, sem nenhuma política de assistência estudantil (sem bolsas de extensão e muito menos Pibic). Faltava tudo, desde um salário decente para os professores e funcionários ao papel higiênico e o lápis piloto.

Tal situação e completo descaso de FHSERRA obrigou os servidores e estudantes a deflagrarmos uma greve que durou meses. Fizemos um Comando de Greve bastante atuante e combativo, não demos sossego a FHSERRA. E essa luta era nacional e não apenas nas universidades, várias categorias também se mobilizaram contra os desmandos do desgoverno neoliberal. A resposta dos “democratas” FHSERRA era o cassetete e as bombas da tropa de choque, tal qual o governo Serra faz hoje em São Paulo.

A desigualdade crescente fazia aumentar a violência e a fome. O nordeste sofreu o pão que o diabo amassou. Ignorado, esquecido pelo governo dos paulistas FHSERRA, penou com a seca, com o desemprego, com a falta de investimentos, o completo abandono. O último governo Arraes (1994-98), sofreu com a política preconceituosa e revanchista de seu presidente opositor. Para enfrentar a falta de recursos para pagar até a folha de pagamento, Arraes foi obrigado a usar os títulos precatórios e sofreu até seu último suspiro com a campanha caluniosa da Direita no Estado acusando-o de uso indevido de recursos públicos.

FHSERRA privatizaram tudo o que foi possível, usando sempre a desculpa de que era para investir em educação, saúde, segurança, moradia. Mas, a verdade é que as privatizações como toda a política econômica do governo do PSDB, serviram para enriquecer ainda mais banqueiros, empresas multinacionais, latifundiários e o agronegócio. Benefícios para o povo mesmo, ninguém sabe, ninguém viu.

Esses são alguns dos motivos que me fazem ter repulsa pelo neoliberalismo e, só por isso, voto em Dilma para presidente. Mas, este é um voto muito crítico, pois não aplaudo o governo Lula nem tenho maiores ilusões com um governo Dilma.

NÃO APLAUDO O GOVERNO LULA.
MAS REPUDIO O GOVERNO FHSERRA


O governo Lula continuou beneficiando os ricos. Os banqueiros continuaram garantindo 1000% de lucro ao ano; a dívida externa foi paga; bilhões foram “emprestados” aos EUA, para evitar que a grande potência capitalista não enfrentasse a bancarrota mais uma vez; e a vida do agronegócio foi facilitada, com os benefícios fiscais e sem um controle maior sobre a exploração da natureza. Isso não dá para esquecer, nem perdoar.

Mas, verdade seja dita, o governo Lula não seguiu à risca a cartilha neoliberal. Investiu na manutenção e fortalecimento do Estado. Realizou concursos públicos em praticamente todos os setores. Melhorou, ainda que em pequena proporção, o salário mínimo. E, investiu algum recurso na educação: Hoje, a universidade pública passa por reformas em sua infraestrutura que são muito bem vindas. Porém, se o governo “privilegiasse” o trabalhador e o estudante brasileiro, e não os banqueiros, investiria não apenas em infraestrutura, mas principalmente, em melhorar a qualidade do ensino, valorizar mais os professores e funcionários, faria concursos para novas contratações, garantiria assistência estudantil de verdade com restaurante universitário e mais bolsas de incentivo, além de bibliotecas com acervos maiores e melhor conservadas, entre outras coisas. E isso não foi feito.

Hoje o Brasil investe mais em educação? Quando comparamos com o governo FHSERRA não podemos dizer que não. Mas, infelizmente, esse investimento aplica a lógica do mercado. Trata-se do investimento no ensino tecnicista – adotado, inclusive, pela ditadura militar – que forma mão-de-obra, em geral, barata, para atender às demandas do mercado. Investir na formação educacional, permitir que o filho do trabalhador realize seus anseios e aptidões intelectuais, nem pensar.

A política adotada pelo governo Lula é a política nacional-desenvolvimentista, também aplicada por Vargas e Kubitschek – cujos governos também não terço elogios. Mas, como já disse, é uma política diferente da neoliberal de FHSERRA. E isso é positivo. A política externa de FHSERRA, por exemplo, era de completa subserviência aos EUA e de violenta oposição a governos anticapitalistas, como Cuba. Já o governo Lula, buscou o diálogo e apoiou Cuba e outros países da América Latina que decidiram não aceitar, inertes, a espoliação e a ingerência dos EUA. Tal postura contribuiu para o fortalecimento do direito à soberania de cada país latino que ousou ser antiimperialista. Isso também não dá para esquecer. Como esquecer o apoio do governo Lula à Zelaya e seu governo golpeado pelos EUA e a burguesia de Honduras? E o diálogo com o Irã?... Ou seja, em momentos importantes, Lula se opôs aos EUA.

Contudo, não é possível esquecer, também, que esse mesmo governo mantém tropas militares reprimindo a população do miserável Haiti, que precisa mesmo é de comida e de saúde, para não sofrer, como agora, com epidemia de cólera que já matou centenas de habitantes.

Outra crítica que faço ao governo Lula é sobre uma questão que considero muito séria. A relação do governo com os Movimentos Sociais, tão necessários à manutenção e defesa da parca democracia que temos e dos direitos conquistados. Hoje, para minha tristeza, assisto ao conjunto de entidades que compõem os Movimentos completamente atreladas ao governo Lula, com dirigentes de CUT, UNE, UBES, e tantas outras, presos em gabinetes ou se beneficiando de projetos governamentais que, para não perderem, deixam de criticar os erros do governo e abrem mão da luta.

Essa política é perigosa, porque assim o governo conseguiu engessar e silenciar as entidades de classe. Isso mantém o trabalhador cego à sua própria realidade e ele passa a acreditar na propaganda do governo, mesmo que ela não seja condizente com a verdade. Porque não existe mais a crítica, a cobrança, a denúncia, o chamado à luta pelo seu sindicato. E, assim, o governo faz o que bem entender, sem maiores pressões.

Sempre que penso nisso e me atormento, lembro do governo Jango e da luta pelas Reformas de Base. A contragosto dos militares e da burguesia, e com o apoio do povo, Jango conseguiu assumir a presidência da República, em 1963. Mas, mesmo apoiando seu governo, os movimentos sociais não deixaram de ir às ruas, de fazer greves e de exigir que Jango governasse para os trabalhadores e não para os patrões. Essa política deu tão certo que a burguesia se viu desesperada e deu o golpe militar. Mas, esse resultado não significa que a política estava errada. Errado estava quem se iludiu e baixou a guarda. Não se deve nunca perder a referência na força e no poder das massas organizadas e conscientes. E o governo Lula cometeu esse erro. E isso não se pode esquecer jamais.

SEM ILUSÃO COM UM GOVERNO DILMA.
MAS, CONTRA O FASCISMO NEOLIBERAL

Como já disse, não tenho ilusão com um possível governo Dilma. Não acho que ela vai inverter a ordem de prioridade e passar a valorizar mais o trabalhador. O meu ceticismo me diz para manter sempre um pé atrás e desconfiar sempre do que está por vir. Ainda mais quando vem enrabichado com o PMDB de Michel Temer, que me faz temer só em pensar no que pode surgir daí...

Mas, apesar de tudo isso, de todas essas ressalvas e críticas à Lula/Dilma, voto consciente em Dilma, porque voto contra o neoliberal FHSERRA. Ainda mais tendo o estímulo e as razões que me dá a campanha baixa do PSDB/DEM/PPS e toda corja que os acompanham: fundamentalistas religiosos, TFP, Opus Dei, fascistas, neointegralistas, neonazistas, preconceituosos de plantão e todo conjunto de hipócritas puritanos e ultraconservadores disfarçados de democratas. Aliás, é exatamente por eles existirem e assumirem que têm lado, e que esse lado é o de Serra, é que voto com tanta convicção em Dilma 13 para Presidente do Brasil.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

POR QUE EU VOTO EM ROBERTO LEANDRO PARA DEPUTADO ESTADUAL?

Porque sua trajetória política é marcada pela honestidade, ética, coerência e compromisso com a defesa dos direitos dos trabalhadores e da juventude, com a defesa dos direitos humanos. Roberto Leandro é a prova viva de que nem todo político é corrupto e que é possível, em política, ter princípios e preservá-los.

Quem diz isso não sou eu – uma eleitora cega, iludida (como alguns podem pensar). Mas sim, a atuação do próprio Roberto Leandro em cada combate político que participou. Destaco aqui, sua atuação na Assembléia Legislativa no primeiro mandato como Deputado Estadual, entre 2002 e 2006. Nesse período, participei de algumas lutas e testemunhei a militância de Roberto Leandro que ia além do gabinete e da tribuna da Assembléia. Esteve presente na luta contra o aumento de passagem em 2005 – sofrendo também a violência gratuita da polícia de Jarbas em frente ao Palácio do Governo. Foi atuante na Comissão de Defesa da Cidadania, defendo os direitos humanos. Sempre contribuiu para a organização de trabalhadores e estudantes, apoiando a luta pela construção de grêmios e sindicatos combativos. E defendeu o direito à terra para os que querem nela trabalhar e produzir – chegando a resistir, junto com trabalhadores sem terra contra uma desocupação, enfrentando, mais uma vez, a violência policial.

Se estas ações não são suficientes para se creditar um voto, então, o que dizer de um deputado que, em seu primeiro mandato, combate uma velha prática na Assembléia Legislativa? O JETON - uma verba extra que os parlamentares recebiam quando convocados durante o recesso. Roberto não só combateu como devolveu todos os Jetons que recebeu durante os quatro anos de mandato. Isso mesmo! DE-VOL-VEU! O que para muitos servia de grana extra, para ele era absurdo, e recusou.

Ele não conseguiu se reeleger em 2006. Como militante independente no PT, ou seja, sem se somar a nenhuma das tantas tendências do Partido, não obteve o espaço e apoio precisos para sua campanha atingir o quantitativo eleitoral necessário àquela salada-de-frutas que foi a coligação do PT em 2006 (só perdendo para atual). Em 2008, foi convidado a assumir a direção do DETRAN. E, nesse cargo administrativo, poderia ter passado despercebido, como muitos que ocuparam tal função. Mas, Roberto Leandro inovou e buscou beneficiar trabalhadores e estudantes pobres. Lançou o projeto Habilitação Popular e permitiu que trabalhadores desempregados e estudantes de escolas públicas tirassem a habilitação gratuitamente e contassem com mais essa ferramenta para competir no mercado de trabalho. Mas, apesar do sucesso (ou talvez por isso mesmo), Roberto Leandro não continuou no cargo.

Decidiu, então, valorizar mais sua trajetória política de mais de trinta anos (vinte deles no PT) e buscar outros ares para continuar lutando pelos seus ideais. Foi assim que, comungando das idéias de Marina Silva de construir um novo projeto político, ele também decide ingressar no PV, em 2009. E lança-se candidato a deputado estadual.

Quem conversou sobre política comigo nesses últimos meses, sabe que estava bastante tentada a, nessas eleições, votar NULO – CHAPA FECHADA! Movida pela descrença nos falsos amigos do povo, indignada com o cenário enlameado da política em cada canto desse país e decepcionada com as absurdas alianças partidárias e a falta de princípios e ideologia.

Mas, a candidatura de Roberto Leandro, sua trajetória e seu idealismo me tocam, me instigam e me fazem rever essa posição. Defendo com muita tranqüilidade o voto para ROBERTO LEANDRO DEPUTADO ESTADUAL, porque ele é movido por ideais e preserva princípios, o que torna possível manter a coerência em sua bela e respeitosa trajetória política.

E é por isso que eu voto ROBERTO LEANDRO PARA DEPUTADO ESTADUAL 43243

domingo, 29 de agosto de 2010

NA LUTA PELO FIM DA PROPRIEDADE PRIVADA, EU APOIO O PLEBISCITO.


A terra dos posseiros de Deus

Patativa do Assaré


Esta terra é desmedida
e devia ser comum,
Devia ser repartida
um toco pra cada um,
mode morar sossegado.

Eu já tenho imaginado
Que a baixa, o sertão e a serra,
Devia sê coisa nossa;
Quem não trabalha na roça,
Que diabo é que quer com a terra?

domingo, 22 de agosto de 2010

ERA O QUE FALTAVA: FASCISTA MEIRA AGORA QUER SER DEPUTADO!

(Ou DIZ-ME COM QUEM ANDAS...)


O coronel aposentado Meira - aquele que comandou a truculência da PM contra os estudantes que protestavam contra o aumento de passagens, em 2005 - é candidato a deputado estadual. Isso mesmo!

Com um histórico de violência gratuita no uso da farda, o então tenente-coronel Meira comandou a PM/PE durante o governo de Jarbas Vasconcelos e desceu o sarrafo em trabalhadores e estudantes, estivessem esses em estádio de futebol ou numa passeata. Não satisfeito em tê-lo no comando da tropa, o governador Eduardo Campos foi mais eficiente que Jarbas e o promoveu a coronel (clique). E, achando pouco, ainda lhe deu aposentadoria com todas as honrarias que um brilhante servidor da pátria merece.

Agora, Meira volta à cena almejando um cargo legislativo. Imagine você! Para melhor cumprir o seu o governo, Eduardo tem agora esse aliado fascista, candidato a deputado estadual pelo PTB, em sua coligação. Certamente, o argumento da força será muito bem aplicado na Assembléia Legislativa.

Com essa, eu fico pensando: Vale mesmo a pena se aliar a essas pessoas? E votar nelas? Se Meira é quem é, quem são aqueles que se aliam a ele? Quem com Meira se junta...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

IDEOLOGIA, PRINCÍPIOS E ALIANÇAS


Na atual conjuntura, ainda mais em ano eleitoral, é preciso muita convicção ideológica para se manter a coerência política. Os militantes e fundadores do PT no Maranhão, Deputado federal Domingos Dutra e Manoel da Conceição, provaram que têm convicção ideológica e arrancaram do partido o direito de não concordar com a aliança PT/PMDB e não votar em Roseana Sarney para governadora. Como ninguém é perfeito, esses deputados além de continuarem militando num partido que se alia ao que há de mais podre e atrasado na política brasileira, ainda acreditam que alternativa a isso é o candidato do PCdoB. Pois é, como já disse, ninguém é perfeito.

Mas, quero registrar aqui a minha admiração pela postura desses militantes que brigaram contra uma decisão nacional do partido para defenderem suas convicções e, creio eu, as que eles ainda acreditam que, lá no fundo da alma do lulismo/pt, ainda é a convicção (mesmo que moribunda), do seu partido. A exposição que o PT sofreu com a postura desses militantes foi significativa, pois além de usarem a tribuna da câmara federal, eles realizaram uma greve de fome com direito a emergência de hospital. O desgaste foi tanto que a direção nacional se viu obrigada a recuar e flexibilizar a aliança que empurrava goela abaixo. Agora, no Maranhão, é permitido militante votar em outro candidato que não sejam os Sarney.

A resistência desses militantes é emblemática. É por isso que faço esse registro aqui e os parabenizo. Pois, ela põe a nu um PT que renega as origens, a fé e o propósito de quem o fundou e lutou para torná-lo capaz de contribuir com as mudanças necessárias ao Brasil e não para se tornar o que é – o partido do Lula - que para ser presidente e continuar presidindo é capaz de proezas como essa: Roseana no Maranhão e Temer na vice-presidência. Mas, sobretudo, a atitude desses militantes simboliza a convicção ideológica, a coerência política, a crença num partido e num projeto que tenta perseverar e resistir à lama das obscenas alianças políticas.

Pode um partido degenerar-se?

Sim. E assim o fez o PT (só para citar um exemplo), ao decidir que valia a pena pagar qualquer preço para obter um espaço no altar do poder político. Para o PT, e tantos outros partidos que partiram fora seus ideais e suas referências, “tudo vale à pena...” se a legenda não é pequena, se é para sair do isolamento político, se é para não ficar de fora de uma disputa eleitoral.

E, assim, apesar do discurso revolucionário, degeneram-se. Fazem alianças de todo tipo. Alguns até se preocupam com legendas não tão explicitamente degeneradas (!). Mas, mesmo assim, na atual conjuntura, acabam se definindo por legendas que, no mínimo, apresentam um histórico político que dificulta a vida de qualquer militante com senso crítico (já que não dá mais para esperar por convicção ideológica), para defender publicamente tal aliança.

Quanto vale um assento no parlamento?

Lênin em seu texto - “o papel dos comunistas no parlamento”- defendeu a necessidade dos comunistas participarem do parlamento, burguês mesmo, para fazerem dele, também, uma arma contra si mesmo e o capitalismo. Mas, essa defesa de Lênin não contava com legendas, alianças, pactos... Esse texto que, na verdade, trata-se da resolução sobre as eleições no II Congresso da III Internacional Comunista, realizado em julho de 1920, não traz nenhuma consideração acerca de alianças com outros partidos, além do comunista. Mas, faz duras críticas aos socialistas, em especial os alemães, que estavam se transformando em reformistas acomodados no parlamento burguês e dispostos a qualquer coisa para permanecer nele ou chegar lá. Em um trecho do documento, Lênin é categórico ao afirmar:

“Quando os socialistas que aspiram ao comunismo defendem que a hora da revolução, nos seus respectivos países, ainda não chegou e se recusam a se separar dos oportunistas parlamentares, partem da crença, consciente ou inconsciente, de que o período que começa é de estabilidade relativa da sociedade imperialista e que, por esta razão, a colaboração com os Turati e os Longuet pode dar, sobre tais bases, resultados práticos na luta pelas reformas.”

A conjuntura é outra, mas a reflexão sobre o exemplo (e o resultado dele), é muito válida e atual...

quarta-feira, 7 de abril de 2010

A CHUVA DENUNCIA: SERRA E CABRAL SÃO IGUAIS AMBOS ABANDONAM OS POBRES

A diferença de Serra para Cabral é que o primeiro investiu no superfaturamento das obras sonrizais do metrô e das rodovias em São Paulo, além da repressão às lutas dos trabalhadores e estudantes. Já Cabral, investiu nas obras superfaturadas do PAN 2007, nos milhões em propaganda mentirosa para as Olimpíadas 2016 e nas ações repressivas e assassinas da PM nos morros.

O que os dois têm em comum é a falta de investimento em moradia digna para os trabalhadores que, obrigados a morar em favelas, hoje sofrem os efeitos das chuvas, causados pelo abandono, desprezo e descaso dos governos do Rio e de São Paulo.

EFEITO DA CHUVA É CONSEQUÊNCIA DO DESCASO

As chuvas denunciam que os governos, estadual e municipal, de São Paulo (PSDB/DEM) e do Rio de Janeiro (PMDB/PSDB), não investem em melhorias para o povo pobre.

Portanto, a culpa do caos não é da natureza – como apressaram-se em dizer os governadores, prefeitos e, para completar, o presidente Lula. A não ser que a natureza aqui seja uma referência ao descompromisso NATURAL desse tipo de “político” com os pobres.

Do contrário, faz-se necessário muito cinismo e muitos milhões (do povo, claro!), para que Serra, Cabral e Cia, realizem campanhas enganosas que tentem mascarar essa realidade – a exemplo do vídeo sobre o RJ, feito pelo governo, para concorrer às Olimpíadas, em que não havia nem sombra de favela! A nós, resta desejar que o povo, cansado dessa corja, saiba dar-lhes uma resposta não apenas nas urnas, mas, sobretudo, nas ruas. Pois, só assim, eles vão aprender a nos respeitar.


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A HOMOFOBIA DAS FAB E A HIPOCRISIA DOS PARTIDOS

A homofobia está para as forças armadas como o reacionarismo está para o atraso. Isso em qualquer parte do mundo! O que nivela, inclusive, os países do primeiro mundo aos de terceira categoria. Vejam só, que avanço!

Portanto, não há nenhuma novidade na declaração do General Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, em sabatina no Senado para ocupar uma vaga no Superior Tribunal Militar (STM), quando questionado pelos senadores Demóstenes (DEM) e Suplicy (PT) se era favorável “ao ingresso de homossexuais em qualquer das Forças e acha que essa polêmica tem razão de ser?”, e o militar responde: “Tem sido provado mais de uma vez, o indivíduo não consegue comandar. O comando, principalmente em combate, tem uma série de atributos, e um deles é esse aí. O soldado, a tropa, fatalmente não vai obedecer. Está sendo provado, na Guerra do Vietnã, tem vários casos exemplificados, que a tropa não obedece normalmente indivíduos desse tipo.”


A violência da declaração do general é uma característica intrínseca às forças armadas, mas elas não estão sozinhas. O que há 40 anos era tratado como doença, hoje, em tese, não é mais – com exceção das religiões, sobretudo a católica, que continua tratando tal questão como aberração, pecado sem perdão (a não ser para seus padres, bispos e afins). Porém, o “problema” outrora tratado como defeito biológico, doença execrável, atualmente é examinado como desvio de conduta, defeito moral, ou seja, um problema cultural.

Tal concepção consegue a proeza de colocar num mesmo patamar os ditos reacionários com muitos que se consideram revolucionários, a vanguarda da vanguarda.

E foi exatamente isso que chamou minha atenção nesse caso das Forças Armadas Brasileiras e o Senado. Não me surpreendi com o velho discurso do general, mas sim, com a hipócrita postura dos parlamentares que compõem a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, cuja composição é: DEM, PT, PSDB, PSB, PMDB, PC do B, PP, PDT, PTB, PR e PRB. Pois bem, os indivíduos dessa Comissão, ouviram, aplaudiram e aprovaram por UNANIMIDADE a posição do general! Mas, depois que a merda veio à tona, aí Suplicy/PT, famoso pela aparente política de combate ao preconceito, tenta voltar atrás (como se isso fosse possível!).

Ora, essa postura dos senadores de variadas matizes só denuncia a hipocrisia mascarada em muitas organizações como o PT, só pra citar um exemplo, que tem setor GLBTT, que diz combater o preconceito e defender as minorias e permitem até (para provar que são abertos) militantes “dessa espécie” em suas fileiras. Mas que, num momento como esse, a percepção quanto ao absurdo da afirmação militar passa despercebida, sem indignação, sem repulsa, pelo contrário, tem o aval dos que se dizem democráticos e modernos e é aprovada sem ressalvas.

Tenho repulsa pelo tratamento doentio, violento, fascista das FAB. Da mesma forma que tenho repulsa à hipocrisia desses partidos. Gostaria só de saber se eles estão felizes em convergirem no conceito: ”norma de conduta”, com um símbolo tão forte do reacionarismo...? Tenho asco (2)!

sábado, 13 de fevereiro de 2010

SÃO PAULO ABANDONADO E SERRA NA FOLIA


Numa inquestionável demonstração de respeito, solidariedade e, sobretudo, responsabilidade com os familiares dos mais de 50 MORTOS pelas chuvas de São Paulo e pelos milhares de desabrigados e desamparados daquele Estado, o governador José Serra COMEMORA O CARNAVAL EM RECIFE EM PLENO GALO DA MADRUGADA. Para não deixar dúvidas de que estava aqui, na folia, mas não abria mão de viver O LUTO pela dor dos alagados paulistanos, em entrevista à rede globo, ele fez questão de revelar a sua... “animação com toda essa energia contagiante de uma manifestação popular que nunca vi antes!...”.

De fato, Serra não costuma ver muita manifestação popular. Mas não por falta de oportunidade, mas sim, por falta de interesse em se comprometer e assumir o papel que todos esperam de alguém que se diz governante e capaz de assumir essa responsabilidade. Essa semana mesmo, centenas de desabrigados foram até a Prefeitura de SP para protestar contra o descaso do prefeito Kassab e de Serra, mas nenhum dos dois quis sentir de perto o calor desse povo e preferiu recepcioná-los com a orquestra de pau, cassetete, spray de pimenta e bala de borracha da tropa que só serve às elites e só enxerga o povo como saco de pancada e massa de manobra.

Ciente do absurdo que era o governador abandonar seu Estado que sofre as graves conseqüências de sua péssima administração, e vir ao Recife cair na FOLIA ELEITORAL a assessoria de Serra apressou-se em dizer que “a vinda do governador ao Galo da Madrugada foi possível porque em São Paulo faz sol”. Eu pergunto: E daí?! O sol fez ressuscitar quem morreu durante os 46 dias de SP alagado? O sol construiu casas para os mais de TRÊS MIL DESABRIGADOS? O sol resolveu os problemas criados pela péssima administração de Serra e Kassab e solucionou todos os problemas que provocam os alagamentos? E eu respondo: NÃO! Quem é governador ou prefeito não é o sol! E quem tem culpa pelo estado de abandono e caos que está São Paulo hoje não é o sol. Os responsáveis têm nome: Serra e Kassab. Os mesmos que têm tanta cara-de-pau e cinismo que ainda acham que são capazes de continuar governando ou indo mais além: assumindo a presidência do Brasil! Pra quê? Pra terminar de afundá-lo, só pode!

Serra veio ao Galo e, apesar dos sustos que deu nos poucos foliões que o identificaram, não estava fantasiado de Frankstein, muito menos de irmão metralha, a morte ou palhaço. Serra é o tipo de politiqueiro que dispensa acessórios. Basta a cara sem vergonha e sem princípios que já provoca efeito: nojo, insegurança, indignação ou até mesmo gargalhada (pela piada pronta que é).

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

PIADA PRONTA!


A saúde pública em Pernambuco é tão boa, mais tão boa que o presidente Lula inaugura uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA!), passa mal e é internado num hospital particular (diga-se de passagem, um dos mais caros!)!! Ai, ai... Quem não tem plano de saúde ou não é chapa branca que se dane! UPA!!!

“...PRESSÃO! É MUITA PRESSÃO!!...”

E dizem que o problema de Lula foi pressão alta! Também, pudera...

Suportar a alta pressão do PT/PE se engalfinhando pela vaga de senador na chapa com Eduardo, que continua usando a pré-candidatura de Ciro como barganha.

Agüentar o peso do título de “estadista global” concedido pela nata capitalista internacional em Davos – uma forte demonstração de reconhecimento pelos excelentes serviços prestados, por Lula e seu governo a eles, os capitalistas.

Ter que correr contra o tempo pra inaugurar o máximo de obras, projeto de obra, pedra fundamental, qualquer coisa que tenha a placa do governo e ele possa subir no palanque com Dilma. E, por falar nela...

Como se tudo isso fosse pouco, Lula ainda tem que sofrer com uma Dilma casca grossa que quando tenta ser leve e até engraçada comete altas gafes, como as de ontem: chamou a cidade de Paulista de paulistaS, ignorou Capiba e deu a famosa composição para Ariano (que também virou pernambucano!), e aproveitando-se da letra, ela ainda assumiu que é cara-de-pau, mas de um tipo que “cupim não rói”.

Realmente, num tem coração que agüente!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

UM ANO DE OBAMA: A SIMBOLOGIA DOS GESTOS

A personagem interpretada por Barack Obama durante a campanha presidencial era a de um típico herói dos EUA – pose de salvador da pátria (e do mundo todo!), olhando no olho (ou na câmera), cheio de convicção e coragem, com muito bom humor e (!!) gestos de humildade (ingrediente que o diferenciava de Bush e fazia vacilar os céticos de plantão).

Hoje, exatamente um ano após ter atingido o objetivo – assumir a presidência dos Estados Unidos – a máscara caiu! A pose de salvador não é mais necessária e a política de destruição em massa, característica dos EUA. desde suas origens (vide a colonização e o massacre dos povos indígenas), continua de vento em popa: Iraque, Afeganistão, Palestina, Colômbia, Honduras, Haiti... Só para refrescar a memória.

A fantasia de herói não convence mais o estadunidense mergulhado em dívidas, desempregado e que se sente abandonado por um governo que não cumpre as promessas de campanha e deixa o país mergulhado numa violenta crise. Enquanto isso faz reviver a Era Bush, com a farsa da ameaça terrorista dentro do próprio país – velha tática do governo para ganhar adesão popular à guerra interminável no Oriente e resto do mundo.

Aliás, para quem dizia defender uma política internacional diferente da praticada pelo sanguinário Bush, Obama, sem nenhuma cerimônia, mas com muito cinismo e cara-de-pau, ao receber a absurda premiação do Nobel da Paz (A piada!!), declarou: “A guerra tem um papel a cumprir para a preservação da paz. (...) A força é necessária e não há cinismo nisso, apenas o reconhecimento de nossa história”. Perfeito!

Bom, de toda desfaçatez, cinismo e canalhice tão apropriados à politicagem da potência capitalista, uma coisa chama minha atenção, nesse 1 ano de (des)governo Obama, pela força simbólica: Os gestos. Isso mesmo! Reparem comigo, a postura da personagem candidato Obama – os gestos que o aproximavam das massas – é desbancada pela aparição do presidente dos Estados Unidos – com seu queixo erguido pela arrogância extrema, o olho que foge do foco e a empáfia de quem tem certeza que é senhor do mundo, senhor da guerra, o dirigente da principal potência capitalista que acha que pode destruir tudo e todos e está sempre certo.

Mas, o resultado desse continuísmo da desgraça já começa a ser sentido: a popularidade de Obama não é mais a mesma. Segundo o Instituto Gallup (fonte: O Globo), apenas 50% da população apóia o governo, quando há um ano esse apoio era de 68%. E, para complicar ainda mais as coisas, ontem o governo perdeu a maioria absoluta que tinha no Congresso. Pois, a cadeira de senador ocupada por quase meio século pelo democrata finado Edward Kennedy foi preenchida por um republicano Scott Brown, cujo maior feito foi ter posado nu para uma revista.

Pois é, esses resultados trazem consigo a simbologia da insatisfação e desilusão de um povo que começa a se sentir perdido, mas, ainda assim, não menos egoísta e arrogante, tal qual o seu governo.