quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

AH, O CARNAVAL...


"...E um dia, afinal tinham direito a uma alegria fugaz


Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval


O carnaval, o carnaval (Vai passar)


Palmas pra ala dos barões famintos


O bloco dos napoleões retintos


E os pigmeus do bulevar


Meu Deus, vem olhar


Vem ver de perto uma cidade a cantar


A evolução da liberdade até o dia clarear


Ai, que vida boa, olerê ! Ai, que vida boa, olará


O estandarte do sanatório geral vai passar (...)”
Chico Buarque de Holanda


Fico impressionada com a capacidade que essa data tem de tornar as pessoas ridículas. Isso mesmo, R-I-D-Í-C- U-L-A-S!
Senão, como classificar cenas bizarras dos antes engravatados, sisudos, diplomados e circunspectos que trafegam pela cidade com a seriedade característica, voltados para os seus problemas e umbigos, incapazes de olhar de lado e dar um bom dia ou um simples sorriso cordial... De repente, só porque “É CARNAVAL” (!!), transformarem-se em desvairados palhaços, mascarados ou não, com a gargalhada estampada na cara, fazendo piruetas e estripulias, esbanjando simpatia nas mesmas ruas testemunhas das suas tristes rotinas carregadas de cinza.
A falsa folia mascara uma triste realidade
É um cenário ridículo, porque é falso! Seria bom comemorar a oportunidade de essas pessoas terem um pouco de alegria e extravasarem energia reprimida, pelo menos, nesses quatro dias do ano. Mas, essa é uma situação que só serve para encobrir a realidade, entorpecendo as pessoas e tornando-as incapazes de enxergar, compreender e reagir à vida real imposta pelos que detêm o poder político e econômico.
A falsa e cega felicidade de 4 dias contribue para a tristeza quase permanente dos outros 361 (ou 362 dias para bissextos como 2008), onde terão que encarar passagens mais caras, impostos mais altos, serviço público falido e direitos jogados na lata do lixo. Enquanto isso, o governo – como a Prefeitura do Recife, por exemplo – é capaz de promover a orgia do absurdo gastando a exorbitância de 37 MILHÕES DE REAIS com “O CARNAVAL”, numa cidade em que 52% da população sobrevive sem saneamento, sofrendo com o carnaval de esgotos abertos, doenças e descaso.
Com essa dura realidade, num dá pra ser feliz nem no Carnaval...

domingo, 27 de janeiro de 2008

NÃO TOLÉRO A TOLERÂNCIA!




“Tolerar a existência do outro, e permitir que ele seja diferente ainda é muito pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro. Deveríamos criar uma relação entre as pessoas da qual estivessem excluídas a tolerância e a intolerância”. M. L.


Dicionário:

A tolerância, do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física.

Meu pitaco, é que a tolerância é o preconceito mascarado dos hipócritas interesseiros que só querem explorar o outro enquanto for lucrativo para eles, depois o descartam como se fosse lixo. Quero mais é distância de tipos assim...!