terça-feira, 8 de dezembro de 2009

MENSALÃO BALAIO DE GATOS (OU DE GATUNOS!)


O DEMOCRATAS faz jus ao nome e proporciona, de maneira brilhante, que os partidos que compõem o seu governo no DF possam não só participar das decisões mas, sobretudo, compartilhar da farra de propinas e do usufruto do manual de politiqueiros e hipócritas de plantão. Por isso, quero parabenizar o DEM pela generosidade! Estou comovida...!!

Pois, “nunca antes na história desse país...” viu-se um escândalo (que já virou lugar comum) do mensalão como este. O do PT foi exclusivamente assim: do PT. Agarraram o osso e não teve quem os fizessem soltar (até hoje, diga-se de passagem). O do PSDB/MG, também é fominha e não se dispôs a distribuir fatia para seu ninguém. Agora, o do DEM...

Além de Arruda e sua gang do Distrito, o mensalão do DEM ajudou a patrocinar a campanha de vários correligionários de outros Estados – num combate aberto ao bairrismo, ao regionalismo, digno de aplausos! E mais: como um bom Liberal, não se fez de egoísta e liberou geral para quem se achou no direito de com eles compactuar. Assim, temos uma lista que traz o velho conhecido (sobretudo nesse ramo!) PMDB e, para surpresa de alguns (minha não, deixo claro!), o partido da ética PPS (kkk!!!), o partido da educação (saco!), do Getúlio e do Brizola (honra?!) PDT e o PSB (pobre Arraes...!).

TODOS, absolutamente TODOS que compõem governo com o DEM, para mim, já são culpados por antecipação. Pois, partilhar de um governo dessa estirpe, com ou sem mensalão, já é um escândalo, um absurdo inaceitável. Tal gesto – participar do governo do DEM – é suficiente para dizer quem são esses partidos, quais são seus princípios e seus propósitos. O mensalão, nesse caso, é apenas uma constatação.

E ATENÇÃO: O DEM acaba de lançar um novo concurso: “Ajude a mascarar a nossa história – Escolha um novo nome para o partido”. As regras são claras, não é aceitável a sugestão de ARENA, tão pouco PDS e muito menos ainda PFL. Use sua criatividade e concorra a uma fatia da bolada e, de brinde, leve um par de meias e cuecas tamanho XL e um delicioso panetone.

domingo, 4 de outubro de 2009

APENAS UMA HOMENAGEM


Todo Cambia
Mercedes Sosa

Cambia lo superficial
Cambia también lo profundo
Cambia el modo de pensar
Cambia todo en este mundo

Cambia el clima con los años
Cambia el pastor su rebaño
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Cambia el mas fino brillante
De mano en mano su brillo
Cambia el nido el pajarillo
Cambia el sentir un amante

Cambia el rumbo el caminante
Aúnque esto le cause daño
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia

Cambia el sol en su carrera
Cuando la noche subsiste
Cambia la planta y se viste
De verde en la primavera

Cambia el pelaje la fiera
Cambia el cabello el anciano
Y así como todo cambia
Que yo cambie no es extraño

Pero no cambia mi amor
Por mas lejo que me encuentre
Ni el recuerdo ni el dolor
De mi pueblo y de mi gente

Lo que cambió ayer
Tendrá que cambiar mañana
Así como cambio yo
En esta tierra lejana

Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia
Cambia todo cambia

Pero no cambia mi amor...

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

PARA NÃO ME ISOLAR...


Deixo até de ser eu

Substituo meus princípios e valores
Pelo valor das cifras de cada projeto aprovado

Faço acordos, pactos... Me negocio
E justifico tudo em nome da “aliança tática”

Faço discursos, agito, abuso da retórica
Mas, na prática, me calo, concilio, conchavo

Desboto e até me alio ao que é velho e atrasado
Mas, finjo ser novidade mantendo uma boa e radical aparência

Em política (ou na politicagem)
Direita e esquerda passam a ser relativas
Quando o argumento é o grau de parentesco

Disse o poeta: “Tudo vale a pena,
Se a alma não é pequena.”


* Com isso, concluo que tenho “alma” minúscula.
Ou sou desalmada (?!). Pois, para mim, vale mais a integridade, a coerência e a retidão de caráter, do que obter o reconhecimento público, estar inserido/a, em troca do silêncio, da omissão e da conciliação, se nivelando, assim, a retrógrada e condenável mesmice.

E eu me pergunto: Os fins justificam os meios? Tenho asco!

sábado, 4 de julho de 2009

Por que o Golpe em Honduras?

O Presidente Manuel Zelaya, não foi preso e deposto pelas Forças Armadas, pelo Congresso e a Corte de Honduras simplesmente porque queria aprovar, a contragosto desses, a reeleição no País. A verdade não é assim, tão simplista.

A verdade é que Zelaya era muito próximo do governo Chávez e, mais que isso, da ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas) – que se contrapõe radicalmente a ALCA/E.U.A. – e tem, em suas fileiras, países como Cuba. Não é a toa que, num encontro da ALBA, países como Venezuela, Equador, Nicarágua, Bolívia e Cuba se apressaram em condenar o golpe, defender o legítimo e legal governo de Zelaya e exigir o seu reingresso ao poder. Essa defesa, aliás, foi feita antes mesmo da declaração pífia de Obama em “defesa da democracia”, mas, sem veemência em condenar o golpe.

E essa postura de Obama não é por acaso. Pois, os Estados Unidos têm uma base militar em Honduras, mais precisamente em Soto Cano, cidade a 97 km da Capital Tegucigalpa. Tal base é fundamental nas operações de intervenção a países da América Latina, mascaradas pelo governo dos Estados Unidos como “operações contra o narcotráfico”. Intervenção essa, recentemente criticada pelo Presidente Zelaya, em documento à Obama.

Vale ressaltar, que a Constituição hondurenha não permite tal presença militar no País. Um acordo realizado em 1954 – em plena Guerra Fria – é que legitimou a ação. Em troca, o terceiro país mais pobre das Américas (perdendo apenas para Haiti e Nicarágua), recebe ajuda econômica e militar dos E.U.A. Eis aí o xis da questão: o governo progressista de Zelaya buscava outras alternativas, à esquerda, para melhorar a vida do povo hondurenho. Na mesma Soto Cano, Zelaya anunciou, no último 31 de maio, que construiria ali um aeroporto, com apoio da ALBA, que teria vôos internacionais comerciais. É evidente que essa iniciativa não agradou ao governo Obama, tão pouco às forças armadas e à burguesia de Honduras.

Em 24 de junho, Zelaya destituiu o então chefe do Estado Maior Vásquez, por desobediência. E este, juntamente com o comandante da Força Aérea, está entre os principais articuladores do golpe. É bom dizer que ambos estudaram na famosa Escola das Américas – especializada em ensinar a prática da tortura e as ações golpistas como esta em Honduras – com relação direta com o Pentágono.

Portanto, o que provocou esse golpe de Estado não foi a vontade de um presidente em se reeleger. Foi sim, a vontade de um governo e de um povo em não mais se submeter e nem ser subserviente ao imperialismo estadunidense. Contrariando, assim, os planos de uma burguesia nacional e estrangeira.

É por isso mesmo, que temos certeza que o presidente Lula não precisa ter medo disso “virar moda de novo” (como declarou ao se posicionar contra o golpe), uma vez que, o seu governo – embora queira a treleição (!), seja com ele ou com Dilma – não corre o risco de sofrer o mesmo mal que Zelaya, pois não só continua subserviente aos E.U.A., como se vangloria de tirar dinheiro do povo brasileiro para garantir o superlucro dos banqueiros do Tio Sam. Afinal, “ele é o cara!” e essa moda, embora ultrapassada, ainda tem fortes adeptos, sobretudo no governo brasileiro.