Edson Luís de Lima Souto, 17 anos, estudante secundarista, de
família pobre, de Belém do Pará. Mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de uma
melhor preparação para conseguir ingressar na universidade.
Edson Luís almoçava
no Restaurante Calabouço, onde a gororoba barata era a refeição daqueles que se
sacrificavam para estudar. Era 28 de Março de 1968. Naquele dia, mais um
protesto denunciava as péssimas condições estruturais do restaurante e a comida
que era servida e exigia assistência estudantil adequada. Para impedir o
protesto, os militares invadiram o Calabouço e metralharam o lugar. Mataram
Edson Luís!
Dali em diante, as ruas do Rio de Janeiro e de vários cantos
do Brasil, foram tomadas por protestos denunciando a morte de Edson, com o
seguinte slogan: “Mataram um estudante! Poderia ser seu filho!” A comoção foi
geral. A mobilização, em plena ditadura, resultou na passeata com o corpo de
Edson, no mesmo dia, e, semanas depois, na histórica Passeata da dos Cem Mil. O
assassinato de Edson Luís fazia crescer a luta contra a violência militar e sua
ditadura.
Por isso, nesse 28 de março de 2014, 46 anos depois de seu
assassinato, Edson Luís não foi esquecido e seu sangue derramado continua
fazendo germinar a luta contra a violência policial, servindo de denúncia
contra a selvageria dos militares no poder. O 28 de março também é um dia em
defesa da educação pública de qualidade.
Como diz a música de Milton Nascimento, em homenagem a Edson
Luís: “Quem cala sobre teu corpo/Consente na tua morte... Quem grita vive contigo.” Edson Luís Vive!
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