domingo, 19 de outubro de 2008

CIÚME NÃO É PROVA DE AMOR. É PROVA DE DOR



“(...)É, o meu ciúme, amor carente que me faz enlouquecer.
É, o meu ciúme, é meu amor com medo de perder você(...)” (R. Carlos)

Ciúme é um dos piores sentimentos cultivados pela humanidade. Há quem diga (e são muitos!), que é “um tempero a mais na relação”... Eu prefiro água e sal!

Ciúme é o sentimento de posse sobre o outro: “ele (ela), é meu (minha)!”; é o egoísmo extremado: “você é só meu (minha), não quero lhe dividir com mais ninguém!”. Por isso que, muitas vezes, a vontade silenciosa é colocar “a vítima” numa redoma (de vidro fumê bem escuro!), para ninguém mais tê-la – em nenhum sentido, de preferência.

De certo, há quem me diga: “Peraí! Mas, nem sempre é assim... Existe aquele ciúme mais leve, às vezes até gostoso de ver refletido”... (o tal tempero...)... E eu digo: SIM! É isso tudo sim! Porque um resfriado mal curado pode, sim, virar uma pneumonia (e um resfriado já é uma doença...)... Assim é o ciúme!

O conceito de propriedade privada, característico do sistema capitalista em que vivemos, é o que norteia as relações nessa sociedade. Isso é inquestionável. Pois se manifesta das mais variadas formas: individualismo, egoísmo, machismo, CIÚME...!!!

Nas relações humanas a necessidade de ter controle sobre o outro se revela, de forma explícita, na relação patrão/empregado: seu tempo, suas ações, sua produção... Tudo está sob o controle do patrão que cobra, fiscaliza, exige e paga (ou demite!), de acordo com o bom cumprimento (ou não), da função do empregado no desempenho do seu papel.

Já na “relação amorosa”... Esse controle sobre o outro, na maioria absoluta das vezes, não é revelado, assumido. Pelo contrário! Costuma ter outros nomes, outras caras... Usa máscaras... O controle ciumento doentio, no início ou já em seu estágio avançado, declara-se numa fiscalização corriqueira: “onde estava?”; “fez o quê, com quem?”; “quem era no celular?”; “tem mensagem?” (geralmente olha...); “e essa roupa? Tá curta!”... E quando existe o (a) EX... “Não fale! Não olhe!”... De preferência, se intrigue...!

E tudo isso nem de longe é ciúme... Isso é conversa!!! “Confio no meu (minha) companheiro (a), apenas cuido, amo, protejo, quero bem, me preocupo... ciúme!?! Tenho isso não! Nossa relação é madura, cabeça...”. E todo o lero-lero velho conhecido...

E tem também os que por ciúmes da tua relação com a família – de profundos laços - constróem o conceito pernicioso (e te impregna dele!), de que a família está explorando os teus serviços, o teu tempo, a tua boa vontade e inteligência. E, desse jeito, você não vai crescer, não vai ter vida própria, nunca vai ser alguém na vida, porque a família não deixa. A solução, é claro, é romper com a família e passar a servir, exclusivamente, a ele (a)... (E aí entra a tal redoma...).

“...O CIÚME É A VÉSPERA DO FRACASSO.
E O FRACASSO PROVOCA O DESAMOR...” (A. Valença)

Há ciúmes na relação? Vai acabar mal, cedo ou tarde. Porque não há relação que se sustente sobre pilastras de insegurança, desconfiança, super-proteção... CIÚMES! E o pior é quando a relação chega ao estágio avançado da doença e o desfecho, muitas vezes, é fatal, funesto.

Amor não rima com ciúme. Um não tem nada a ver com o outro. São opostos que não se atraem nem um pouquinho. Amor combina com liberdade, respeito, cumplicidade, desejo de compartilhar o mundo com o amor (e vice-versa). O contrário disso é tristeza, dor, sofrimento, maldade...

Amo muito! Amo a vida, Minha Vida, muitas pessoas e coisas... Amo de verdade. Mas, vez por outra, enxergo em mim “uma pitada” de ciúme... Minha primeira reação é de raiva de mim mesma, por ter em mim, um sentimento tão ruim (dialética!). A segunda reação é me trabalhar para não alimentá-lo, nem tentar controlá-lo, mas sim, superá-lo, vencê-lo. Pois, do contrário, jamais saberia o que é a felicidade e jamais seria capaz de fazer alguém feliz.

“... AMOR SÓ DURA EM LIBERDADE.
O CIÚME É SÓ VAIDADE...”

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