domingo, 19 de outubro de 2008

LUTO!


Eita! Há algum tempo não dou notícias por aqui... E hoje, ressurjo para desabafar, para registrar uma tristeza profunda...

Sinto-me enlutada pela morte da menina Eloá, que nem conheci pessoalmente, mas convivi com ela durante essa longa semana, acompanhando seu tormento e, também, atormentada por uma profunda angústia que me dizia da certeza desse episódio acabar mal, como acabou...

Pois, um canalha, machista, inconformado e devorado pelo ciúme não daria outro desfecho a essa história, porque não suportaria conviver com a certeza de que, sem ele, ela estava feliz, livre, vivendo...

E, pra completar, com uma polícia despreparada para salvar vidas (ainda mais da “baixa renda”), que agiu desde o começo fortalecendo a idéia de poder, de posse, que nutria a mente perversa, doentia, do canalha – quando obedeceu a todas as suas exigências – e, por fim, dando a desculpa que o canalha assassino precisava: arrombando a porta daquele jeito tão atrapalhado, tão amador, tão demorado o suficiente pra ele, com esse apoio da PM, matar a minha querida amiga desconhecida e ferir outro símbolo da verdadeira amizade, a Nayara.

Aff...!!! Meu peito dói, a dor da perda, da revolta, da indignação contra canalhas e polícia assassina... Dói de tristeza pela perda de alguém que me afeiçoei sem nem conhecer, porque era “do bem”, mas que se foi tão cedo e tão tragicamente...

“... É tão estranho,
Os bons morrem jovens...”
(R. Russo)

CIÚME NÃO É PROVA DE AMOR. É PROVA DE DOR



“(...)É, o meu ciúme, amor carente que me faz enlouquecer.
É, o meu ciúme, é meu amor com medo de perder você(...)” (R. Carlos)

Ciúme é um dos piores sentimentos cultivados pela humanidade. Há quem diga (e são muitos!), que é “um tempero a mais na relação”... Eu prefiro água e sal!

Ciúme é o sentimento de posse sobre o outro: “ele (ela), é meu (minha)!”; é o egoísmo extremado: “você é só meu (minha), não quero lhe dividir com mais ninguém!”. Por isso que, muitas vezes, a vontade silenciosa é colocar “a vítima” numa redoma (de vidro fumê bem escuro!), para ninguém mais tê-la – em nenhum sentido, de preferência.

De certo, há quem me diga: “Peraí! Mas, nem sempre é assim... Existe aquele ciúme mais leve, às vezes até gostoso de ver refletido”... (o tal tempero...)... E eu digo: SIM! É isso tudo sim! Porque um resfriado mal curado pode, sim, virar uma pneumonia (e um resfriado já é uma doença...)... Assim é o ciúme!

O conceito de propriedade privada, característico do sistema capitalista em que vivemos, é o que norteia as relações nessa sociedade. Isso é inquestionável. Pois se manifesta das mais variadas formas: individualismo, egoísmo, machismo, CIÚME...!!!

Nas relações humanas a necessidade de ter controle sobre o outro se revela, de forma explícita, na relação patrão/empregado: seu tempo, suas ações, sua produção... Tudo está sob o controle do patrão que cobra, fiscaliza, exige e paga (ou demite!), de acordo com o bom cumprimento (ou não), da função do empregado no desempenho do seu papel.

Já na “relação amorosa”... Esse controle sobre o outro, na maioria absoluta das vezes, não é revelado, assumido. Pelo contrário! Costuma ter outros nomes, outras caras... Usa máscaras... O controle ciumento doentio, no início ou já em seu estágio avançado, declara-se numa fiscalização corriqueira: “onde estava?”; “fez o quê, com quem?”; “quem era no celular?”; “tem mensagem?” (geralmente olha...); “e essa roupa? Tá curta!”... E quando existe o (a) EX... “Não fale! Não olhe!”... De preferência, se intrigue...!

E tudo isso nem de longe é ciúme... Isso é conversa!!! “Confio no meu (minha) companheiro (a), apenas cuido, amo, protejo, quero bem, me preocupo... ciúme!?! Tenho isso não! Nossa relação é madura, cabeça...”. E todo o lero-lero velho conhecido...

E tem também os que por ciúmes da tua relação com a família – de profundos laços - constróem o conceito pernicioso (e te impregna dele!), de que a família está explorando os teus serviços, o teu tempo, a tua boa vontade e inteligência. E, desse jeito, você não vai crescer, não vai ter vida própria, nunca vai ser alguém na vida, porque a família não deixa. A solução, é claro, é romper com a família e passar a servir, exclusivamente, a ele (a)... (E aí entra a tal redoma...).

“...O CIÚME É A VÉSPERA DO FRACASSO.
E O FRACASSO PROVOCA O DESAMOR...” (A. Valença)

Há ciúmes na relação? Vai acabar mal, cedo ou tarde. Porque não há relação que se sustente sobre pilastras de insegurança, desconfiança, super-proteção... CIÚMES! E o pior é quando a relação chega ao estágio avançado da doença e o desfecho, muitas vezes, é fatal, funesto.

Amor não rima com ciúme. Um não tem nada a ver com o outro. São opostos que não se atraem nem um pouquinho. Amor combina com liberdade, respeito, cumplicidade, desejo de compartilhar o mundo com o amor (e vice-versa). O contrário disso é tristeza, dor, sofrimento, maldade...

Amo muito! Amo a vida, Minha Vida, muitas pessoas e coisas... Amo de verdade. Mas, vez por outra, enxergo em mim “uma pitada” de ciúme... Minha primeira reação é de raiva de mim mesma, por ter em mim, um sentimento tão ruim (dialética!). A segunda reação é me trabalhar para não alimentá-lo, nem tentar controlá-lo, mas sim, superá-lo, vencê-lo. Pois, do contrário, jamais saberia o que é a felicidade e jamais seria capaz de fazer alguém feliz.

“... AMOR SÓ DURA EM LIBERDADE.
O CIÚME É SÓ VAIDADE...”

domingo, 9 de março de 2008

O papel ideológico da universidade


“(...) A universidade está formando gente que não pensa ou que pensa a realidade de forma distorcida, tomando os efeitos pelas causas (inversão) sem indagar como tal realidade foi concretamente produzida. (...) Marx chamou esse processo de alienação social. O estado de alienação perpetua as desigualdades sociais e a passividade do sujeito. O papel da universidade enquanto espaço de reflexão seria o de desvelar o discurso ideológico, fazendo-nos capazes de interpretar as relações sociais em suas raízes (...)”. Andréa Gonzalez de Jesus – graduada em Letras Vernáculas, especialista em Texto e Metodologia e Didática do Ensino Superior.

Aprendi, com o marxismo, que tudo tem um fundo ideológico e que é preciso enxergar isso para não ser manipulada.
Pois bem, ingressei na Universidade consciente disso e me sentindo “vacinada”. Mas, fiquei estarrecida ao assistir, em sala de aula, a distorção da realidade, com informações superficiais e fragmentadas de forma tão explícita.
Deparei-me com isso na primeira aula de História Antiga Oriental, quando o professor, para falar da Mesopotâmia e da origem das Cidades-estado, trouxe um texto de um ex-comunista alemão que foi trabalhar para a cia na década de 50, que falava do DESPOTISMO STALINISTA! Isso mesmo!!
Mascarado, o professor cumpria com o seu papel: envenenar os calouros contra essa época da História e quanto ao papel de Stalin no processo revolucionário.
Já a professora de uma cadeira fundamental para o curso de História, defende com veemência a tese de que “o grande erro dos ‘marxistas’ é de misturar a teoria de Marx com a política. Porque uma coisa não tem nada a ver com a outra e essa história de política só atrapalha...”. É uma afirmação brilhante para uma historiadora às vésperas do doutorado, não? Ai, ai, ai...
É por essas e outras que aumenta minha convicção no marxismo-leninismo e não me omito em debater, em provocar e em manifestar, também, a minha ideologia. Espero conseguir algum resultado positivo. Até lá, haja coração e estômago!

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

AH, O CARNAVAL...


"...E um dia, afinal tinham direito a uma alegria fugaz


Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval


O carnaval, o carnaval (Vai passar)


Palmas pra ala dos barões famintos


O bloco dos napoleões retintos


E os pigmeus do bulevar


Meu Deus, vem olhar


Vem ver de perto uma cidade a cantar


A evolução da liberdade até o dia clarear


Ai, que vida boa, olerê ! Ai, que vida boa, olará


O estandarte do sanatório geral vai passar (...)”
Chico Buarque de Holanda


Fico impressionada com a capacidade que essa data tem de tornar as pessoas ridículas. Isso mesmo, R-I-D-Í-C- U-L-A-S!
Senão, como classificar cenas bizarras dos antes engravatados, sisudos, diplomados e circunspectos que trafegam pela cidade com a seriedade característica, voltados para os seus problemas e umbigos, incapazes de olhar de lado e dar um bom dia ou um simples sorriso cordial... De repente, só porque “É CARNAVAL” (!!), transformarem-se em desvairados palhaços, mascarados ou não, com a gargalhada estampada na cara, fazendo piruetas e estripulias, esbanjando simpatia nas mesmas ruas testemunhas das suas tristes rotinas carregadas de cinza.
A falsa folia mascara uma triste realidade
É um cenário ridículo, porque é falso! Seria bom comemorar a oportunidade de essas pessoas terem um pouco de alegria e extravasarem energia reprimida, pelo menos, nesses quatro dias do ano. Mas, essa é uma situação que só serve para encobrir a realidade, entorpecendo as pessoas e tornando-as incapazes de enxergar, compreender e reagir à vida real imposta pelos que detêm o poder político e econômico.
A falsa e cega felicidade de 4 dias contribue para a tristeza quase permanente dos outros 361 (ou 362 dias para bissextos como 2008), onde terão que encarar passagens mais caras, impostos mais altos, serviço público falido e direitos jogados na lata do lixo. Enquanto isso, o governo – como a Prefeitura do Recife, por exemplo – é capaz de promover a orgia do absurdo gastando a exorbitância de 37 MILHÕES DE REAIS com “O CARNAVAL”, numa cidade em que 52% da população sobrevive sem saneamento, sofrendo com o carnaval de esgotos abertos, doenças e descaso.
Com essa dura realidade, num dá pra ser feliz nem no Carnaval...

domingo, 27 de janeiro de 2008

NÃO TOLÉRO A TOLERÂNCIA!




“Tolerar a existência do outro, e permitir que ele seja diferente ainda é muito pouco. Quando se tolera, apenas se concede, e essa não é uma relação de igualdade, mas de superioridade de um sobre o outro. Deveríamos criar uma relação entre as pessoas da qual estivessem excluídas a tolerância e a intolerância”. M. L.


Dicionário:

A tolerância, do latim tolerare (sustentar, suportar), é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física.

Meu pitaco, é que a tolerância é o preconceito mascarado dos hipócritas interesseiros que só querem explorar o outro enquanto for lucrativo para eles, depois o descartam como se fosse lixo. Quero mais é distância de tipos assim...!