sexta-feira, 28 de março de 2014

“Mataram um estudante! Poderia ser seu filho!”



Edson Luís de Lima Souto, 17 anos, estudante secundarista, de família pobre, de Belém do Pará. Mudou-se para o Rio de Janeiro em busca de uma melhor preparação para conseguir ingressar na universidade.

Edson Luís almoçava no Restaurante Calabouço, onde a gororoba barata era a refeição daqueles que se sacrificavam para estudar. Era 28 de Março de 1968. Naquele dia, mais um protesto denunciava as péssimas condições estruturais do restaurante e a comida que era servida e exigia assistência estudantil adequada. Para impedir o protesto, os militares invadiram o Calabouço e metralharam o lugar. Mataram Edson Luís!

Dali em diante, as ruas do Rio de Janeiro e de vários cantos do Brasil, foram tomadas por protestos denunciando a morte de Edson, com o seguinte slogan: “Mataram um estudante! Poderia ser seu filho!” A comoção foi geral. A mobilização, em plena ditadura, resultou na passeata com o corpo de Edson, no mesmo dia, e, semanas depois, na histórica Passeata da dos Cem Mil. O assassinato de Edson Luís fazia crescer a luta contra a violência militar e sua ditadura.

Por isso, nesse 28 de março de 2014, 46 anos depois de seu assassinato, Edson Luís não foi esquecido e seu sangue derramado continua fazendo germinar a luta contra a violência policial, servindo de denúncia contra a selvageria dos militares no poder. O 28 de março também é um dia em defesa da educação pública de qualidade.

Como diz a música de Milton Nascimento, em homenagem a Edson Luís: “Quem cala sobre teu corpo/Consente na tua morte... Quem grita vive contigo.” Edson Luís Vive!