A homofobia está para as forças armadas como o reacionarismo está para o atraso. Isso em qualquer parte do mundo! O que nivela, inclusive, os países do primeiro mundo aos de terceira categoria. Vejam só, que avanço!
Portanto, não há nenhuma novidade na declaração do General Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, em sabatina no Senado para ocupar uma vaga no Superior Tribunal Militar (STM), quando questionado pelos senadores Demóstenes (DEM) e Suplicy (PT) se era favorável “ao ingresso de homossexuais em qualquer das Forças e acha que essa polêmica tem razão de ser?”, e o militar responde: “Tem sido provado mais de uma vez, o indivíduo não consegue comandar. O comando, principalmente em combate, tem uma série de atributos, e um deles é esse aí. O soldado, a tropa, fatalmente não vai obedecer. Está sendo provado, na Guerra do Vietnã, tem vários casos exemplificados, que a tropa não obedece normalmente indivíduos desse tipo.”
Portanto, não há nenhuma novidade na declaração do General Raymundo Nonato de Cerqueira Filho, em sabatina no Senado para ocupar uma vaga no Superior Tribunal Militar (STM), quando questionado pelos senadores Demóstenes (DEM) e Suplicy (PT) se era favorável “ao ingresso de homossexuais em qualquer das Forças e acha que essa polêmica tem razão de ser?”, e o militar responde: “Tem sido provado mais de uma vez, o indivíduo não consegue comandar. O comando, principalmente em combate, tem uma série de atributos, e um deles é esse aí. O soldado, a tropa, fatalmente não vai obedecer. Está sendo provado, na Guerra do Vietnã, tem vários casos exemplificados, que a tropa não obedece normalmente indivíduos desse tipo.”
A violência da declaração do general é uma característica intrínseca às forças armadas, mas elas não estão sozinhas. O que há 40 anos era tratado como doença, hoje, em tese, não é mais – com exceção das religiões, sobretudo a católica, que continua tratando tal questão como aberração, pecado sem perdão (a não ser para seus padres, bispos e afins). Porém, o “problema” outrora tratado como defeito biológico, doença execrável, atualmente é examinado como desvio de conduta, defeito moral, ou seja, um problema cultural.
Tal concepção consegue a proeza de colocar num mesmo patamar os ditos reacionários com muitos que se consideram revolucionários, a vanguarda da vanguarda.
E foi exatamente isso que chamou minha atenção nesse caso das Forças Armadas Brasileiras e o Senado. Não me surpreendi com o velho discurso do general, mas sim, com a hipócrita postura dos parlamentares que compõem a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, cuja composição é: DEM, PT, PSDB, PSB, PMDB, PC do B, PP, PDT, PTB, PR e PRB. Pois bem, os indivíduos dessa Comissão, ouviram, aplaudiram e aprovaram por UNANIMIDADE a posição do general! Mas, depois que a merda veio à tona, aí Suplicy/PT, famoso pela aparente política de combate ao preconceito, tenta voltar atrás (como se isso fosse possível!).
Ora, essa postura dos senadores de variadas matizes só denuncia a hipocrisia mascarada em muitas organizações como o PT, só pra citar um exemplo, que tem setor GLBTT, que diz combater o preconceito e defender as minorias e permitem até (para provar que são abertos) militantes “dessa espécie” em suas fileiras. Mas que, num momento como esse, a percepção quanto ao absurdo da afirmação militar passa despercebida, sem indignação, sem repulsa, pelo contrário, tem o aval dos que se dizem democráticos e modernos e é aprovada sem ressalvas.
Tenho repulsa pelo tratamento doentio, violento, fascista das FAB. Da mesma forma que tenho repulsa à hipocrisia desses partidos. Gostaria só de saber se eles estão felizes em convergirem no conceito: ”norma de conduta”, com um símbolo tão forte do reacionarismo...? Tenho asco (2)!