"...E um dia, afinal tinham direito a uma alegria fugaz
Uma ofegante epidemia que se chamava carnaval
O carnaval, o carnaval (Vai passar)
Palmas pra ala dos barões famintos
O bloco dos napoleões retintos
E os pigmeus do bulevar
Meu Deus, vem olhar
Vem ver de perto uma cidade a cantar
A evolução da liberdade até o dia clarear
Ai, que vida boa, olerê ! Ai, que vida boa, olará
O estandarte do sanatório geral vai passar (...)”
Chico Buarque de Holanda
Chico Buarque de Holanda
Fico impressionada com a capacidade que essa data tem de tornar as pessoas ridículas. Isso mesmo, R-I-D-Í-C- U-L-A-S!
Senão, como classificar cenas bizarras dos antes engravatados, sisudos, diplomados e circunspectos que trafegam pela cidade com a seriedade característica, voltados para os seus problemas e umbigos, incapazes de olhar de lado e dar um bom dia ou um simples sorriso cordial... De repente, só porque “É CARNAVAL” (!!), transformarem-se em desvairados palhaços, mascarados ou não, com a gargalhada estampada na cara, fazendo piruetas e estripulias, esbanjando simpatia nas mesmas ruas testemunhas das suas tristes rotinas carregadas de cinza.
A falsa folia mascara uma triste realidade
É um cenário ridículo, porque é falso! Seria bom comemorar a oportunidade de essas pessoas terem um pouco de alegria e extravasarem energia reprimida, pelo menos, nesses quatro dias do ano. Mas, essa é uma situação que só serve para encobrir a realidade, entorpecendo as pessoas e tornando-as incapazes de enxergar, compreender e reagir à vida real imposta pelos que detêm o poder político e econômico.
A falsa e cega felicidade de 4 dias contribue para a tristeza quase permanente dos outros 361 (ou 362 dias para bissextos como 2008), onde terão que encarar passagens mais caras, impostos mais altos, serviço público falido e direitos jogados na lata do lixo. Enquanto isso, o governo – como a Prefeitura do Recife, por exemplo – é capaz de promover a orgia do absurdo gastando a exorbitância de 37 MILHÕES DE REAIS com “O CARNAVAL”, numa cidade em que 52% da população sobrevive sem saneamento, sofrendo com o carnaval de esgotos abertos, doenças e descaso.
Com essa dura realidade, num dá pra ser feliz nem no Carnaval...
Senão, como classificar cenas bizarras dos antes engravatados, sisudos, diplomados e circunspectos que trafegam pela cidade com a seriedade característica, voltados para os seus problemas e umbigos, incapazes de olhar de lado e dar um bom dia ou um simples sorriso cordial... De repente, só porque “É CARNAVAL” (!!), transformarem-se em desvairados palhaços, mascarados ou não, com a gargalhada estampada na cara, fazendo piruetas e estripulias, esbanjando simpatia nas mesmas ruas testemunhas das suas tristes rotinas carregadas de cinza.
A falsa folia mascara uma triste realidade
É um cenário ridículo, porque é falso! Seria bom comemorar a oportunidade de essas pessoas terem um pouco de alegria e extravasarem energia reprimida, pelo menos, nesses quatro dias do ano. Mas, essa é uma situação que só serve para encobrir a realidade, entorpecendo as pessoas e tornando-as incapazes de enxergar, compreender e reagir à vida real imposta pelos que detêm o poder político e econômico.
A falsa e cega felicidade de 4 dias contribue para a tristeza quase permanente dos outros 361 (ou 362 dias para bissextos como 2008), onde terão que encarar passagens mais caras, impostos mais altos, serviço público falido e direitos jogados na lata do lixo. Enquanto isso, o governo – como a Prefeitura do Recife, por exemplo – é capaz de promover a orgia do absurdo gastando a exorbitância de 37 MILHÕES DE REAIS com “O CARNAVAL”, numa cidade em que 52% da população sobrevive sem saneamento, sofrendo com o carnaval de esgotos abertos, doenças e descaso.
Com essa dura realidade, num dá pra ser feliz nem no Carnaval...