quarta-feira, 2 de setembro de 2009

PARA NÃO ME ISOLAR...


Deixo até de ser eu

Substituo meus princípios e valores
Pelo valor das cifras de cada projeto aprovado

Faço acordos, pactos... Me negocio
E justifico tudo em nome da “aliança tática”

Faço discursos, agito, abuso da retórica
Mas, na prática, me calo, concilio, conchavo

Desboto e até me alio ao que é velho e atrasado
Mas, finjo ser novidade mantendo uma boa e radical aparência

Em política (ou na politicagem)
Direita e esquerda passam a ser relativas
Quando o argumento é o grau de parentesco

Disse o poeta: “Tudo vale a pena,
Se a alma não é pequena.”


* Com isso, concluo que tenho “alma” minúscula.
Ou sou desalmada (?!). Pois, para mim, vale mais a integridade, a coerência e a retidão de caráter, do que obter o reconhecimento público, estar inserido/a, em troca do silêncio, da omissão e da conciliação, se nivelando, assim, a retrógrada e condenável mesmice.

E eu me pergunto: Os fins justificam os meios? Tenho asco!