domingo, 9 de março de 2008

O papel ideológico da universidade


“(...) A universidade está formando gente que não pensa ou que pensa a realidade de forma distorcida, tomando os efeitos pelas causas (inversão) sem indagar como tal realidade foi concretamente produzida. (...) Marx chamou esse processo de alienação social. O estado de alienação perpetua as desigualdades sociais e a passividade do sujeito. O papel da universidade enquanto espaço de reflexão seria o de desvelar o discurso ideológico, fazendo-nos capazes de interpretar as relações sociais em suas raízes (...)”. Andréa Gonzalez de Jesus – graduada em Letras Vernáculas, especialista em Texto e Metodologia e Didática do Ensino Superior.

Aprendi, com o marxismo, que tudo tem um fundo ideológico e que é preciso enxergar isso para não ser manipulada.
Pois bem, ingressei na Universidade consciente disso e me sentindo “vacinada”. Mas, fiquei estarrecida ao assistir, em sala de aula, a distorção da realidade, com informações superficiais e fragmentadas de forma tão explícita.
Deparei-me com isso na primeira aula de História Antiga Oriental, quando o professor, para falar da Mesopotâmia e da origem das Cidades-estado, trouxe um texto de um ex-comunista alemão que foi trabalhar para a cia na década de 50, que falava do DESPOTISMO STALINISTA! Isso mesmo!!
Mascarado, o professor cumpria com o seu papel: envenenar os calouros contra essa época da História e quanto ao papel de Stalin no processo revolucionário.
Já a professora de uma cadeira fundamental para o curso de História, defende com veemência a tese de que “o grande erro dos ‘marxistas’ é de misturar a teoria de Marx com a política. Porque uma coisa não tem nada a ver com a outra e essa história de política só atrapalha...”. É uma afirmação brilhante para uma historiadora às vésperas do doutorado, não? Ai, ai, ai...
É por essas e outras que aumenta minha convicção no marxismo-leninismo e não me omito em debater, em provocar e em manifestar, também, a minha ideologia. Espero conseguir algum resultado positivo. Até lá, haja coração e estômago!